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Uso de salto alto e sapatos de bico fino acentua a joanete

Quem convive com a famosa joanete sabe bem o quanto ela é capaz de atrapalhar a vida de uma pessoa. As mulheres são as que mais sofrem com o problema.

Publicado por: FOLHA DE LONDRINA
Em: 16/09/2014

Quem convive com a famosa joanete sabe bem o quanto ela é capaz de atrapalhar a vida de uma pessoa. As mulheres são as que mais sofrem com o problema. A cada dez casos, apenas um é registrado em homens. A explicação para a estatística “favorável” a elas está no uso de sapatos de bicos finos e saltos altos, que são os grandes vilões e ajudam a formar e acentuar o problema.

A joanete geralmente aparece na fase adulta, entre os 20 e 30 anos, mas também pode surgir precocemente, na fase da adolescência. “Normalmente o paciente que tem a joanete já nasce com uma predisposição genética e o problema se agrava com o uso de sapatos inadequados”, explica o ortopedista Marco Makoto, de Londrina.

O hálux valgo, como é cientificamente denominado, é o desvio dos ossos e o afrouxamento das estruturas ao redor e na base da articulação do dedão do pé. O dedão pode desviar na direção do segundo dedo e a articulação pode ficar inchada e sensível. A distribuição de peso irregular na planta no pé também ocasiona dores, chamadas metatarsalgias, e calosidades na região anterior do pé podem surgir. A pressão local sobre a joanete pode formar as bursites – uma bolsa inflamada cheia de líquido – que na grande maioria das vezes causa dor e vermelhidão local.

Nos casos mais leves, a melhor solução é escolher modelos de sapatos confortáveis, que tenham a parte da frente larga e saltos que não que ultrapassem quatro centímetros de altura. Protetores de silicone e os afastadores são paliativos, que ajudam a aliviar a dor e diminuir a pressão no local. O tratamento é vital também para evitar que surjam novos sintomas consequentes à joanete. Segundo o ortopedista, o tratamento pode ser feito com medicamentos, mas em casos mais avançados, só é possível corrigir a deformidade com a cirurgia. “Por isso, o ideal é prevenir para evitar que o problema apareça”, alerta Makoto.

Em decorrência do aumento do número de casos, o procedimento cirúrgico evoluiu bastante ao longo dos últimos anos. As técnicas têm alto índice de eficácia e a recuperação dispensa o uso de imobilizações, facilitando a reabilitação pós-operatória. “Existem inúmeras técnicas e cada uma possui indicação específica para cada tipo de deformidade” esclarece o ortopedista. “Antigamente, o tratamento cirúrgico do hálux valgo possuía uma imagem ruim, devido ao alto índice recidiva da deformidade. Mas desde que a técnica correta seja empregada e as recomendações pós-operatórias sejam seguidas, não há riscos que a deformidade volte”, assegura.

Entre os vários tipos de cirurgias, o mais comum é a osteotomia, na qual é feito um corte no osso para realinhar sua angulação no pé. Para fixar, podem ser usados microparafusos que, em geral, não precisam ser retirados posteriormente. A duração média do procedimento é de uma hora.

Ainda assim, Marco Makoto ressalta que mesmo com estas vantagens, a cirurgia só é recomendada para pacientes que sentem dor e desconforto. Se as motivações forem somente estéticas, por mais que elas sejam incômodas para as mulheres, o procedimento não é indicado.

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